Planejamento financeiro não se resume a anotar gastos

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ter um planejamento financeiro não é ter uma planilha da NASA para anotar tudo o que já foi gasto, ou seja, para registrar o passado. Ter um planejamento financeiro é ter uma ferramenta que nos auxilia a tomar melhores decisões. É olhar para frente, buscar por previsibilidade. É construir um plano, um roteiro.

É definir, de forma antecipada, quando e onde nosso dinheiro será gasto ou investido.

Será que você tem a clareza necessária sobre sua realidade financeira?

Uma base de dados confiável para ser a base da construção do seu plano financeiro?

O primeiro passo dessa construção é organizar suas finanças, ter clareza sobre seu atual cenário financeiro.  Para isso, você precisa responder algumas perguntas:

Você possui alguma reserva financeira? Se sim, ela é suficiente para sua necessidade?

Quanto você já tem acumulado para sua aposentadoria? Você sabe quanto realmente precisa ter?

Quais são seus objetivos de vida no curto, médio e longo prazo?  Quanto dinheiro vai precisar para realizá-los? Quanto já tem acumulado para cada um deles?

Quanto você realmente ganha? O valor líquido do seu salário (descontado impostos e contribuições) somado à outras fontes de renda (caso tenha)?

Quanto você realmente gasta? Cri cri cri….

É exatamente aqui que o filho chora e a mãe vê.

A tendência da maior parte de nós, quando temos que definir nosso custo de vida, é contabilizar os nossos custos fixos recorrentes e nossos custos variáveis dos últimos tempos, aqueles que ainda estão presentes na nossa memória e são facilmente lembrados. Mas acredite, a realidade é bem diferente do que geralmente pensamos.

Tenho constatado, durante as consultorias individuais e os trabalhos em grupo que, o custo de vida real da maior parte das pessoas é cerca de 20 ou 30% superior ao seu suposto custo de vida, ou seja, geralmente, as pessoas custam bem mais do que pensam que custam. Como assim?

Isso acontece porque geralmente subestimamos ou simplesmente não consideramos alguns gastos importantes porque eles são eventuais. Vamos a alguns exemplos…

Você considera como custo de vida, no seu orçamento, o valor que você deveria guardar mensalmente, de forma antecipada, para pagar o IPTU, IPVA, matrícula escolar, seguro e manutenção do carro, seguro da casa e outras despesas que são eventuais, mas que acontecem rotineiramente todos os anos? Muito provavelmente não.

Outros exemplos clássicos que apresentam divergência entre o que se pensamos gastar e o que realmente gastamos estão nossos custos com vestuário, presentes, salão de beleza, restaurantes e algumas outras categorias. Na maior parte das vezes, após reflexões mais direcionadas, chegamos a valores da ordem de, pelo menos, 20% superiores aos que, até então, acreditávamos gastar.

Assim sendo, por vezes, o exercício de anotar as despesas reais durante um ou dois meses se torna uma oportunidade de reflexão bastante rica e importante dentro de uma etapa inicial da construção de um planejamento financeiro. É algo temporário, com um objetivo estratégico, que é para nos ajudar a enxergar alguns ‘gastos invisíveis’ que fazem parte da nossa rotina. Serve para nos libertar e não para nos aprisionar!

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Especialista em Planejamento Financeiro

Acredita que a educação financeira é base indispensável para a conquista de uma vida livre equilibrada.

Encontrou no empreendedorismo a oportunidade de realizar seu propósito, que é inspirar pessoas a terem uma vida mais livre e próspera.